domingo, 30 de novembro de 2008

BIOLOGIA

A DESCOBERTA DO PRIMEIRO ANTIBIÓTICO

Provavelmente, a coalhada embolorada foi o primeiro antibiótico utilizado pelos chineses por volta de 500 a.C. para tratar furúnculos e outras infecções semelhantes. Depois vieram o pão embolorado e teias de aranha. Estranho, não???
Mais estranho, ainda é que embora os médicos tenham procurado por muito tempo uma espécie de medicamento que combatesse a infecção por bactéria, nenhum pesquisador pensou em investigar cientificamente o folclore medicinal em relação aos bolores.
O primeiro antibiótico moderno, foi uma descoberta casual de um ex oficial médico durante a Primeira Guerra Mundial. Esse oficial foi Alexandre Fleming, que estudava o Staphylococcus aureus, uma bactéria responsável pelos abscessos e outras infecções.
Fleming entrou de férias e deixou os seus recipientes de vidro com cultura sem nenhuma supervisão. Quando retornou, percebeu que a tampa de um dos recipientes tinha escorregado e que a cultura estava “mofada”. Fleming estava quase a jogar fora a cultura, mas a curiosidade o fez a examiná-la. Notou que o bolor, uma espécie de fungo (Penicillium), estava a segregando uma substância que destruía as bactérias. Ele não conseguiu isolar a substância, isso só foi feito dez anos depois por Ernst B. Chain e Howard W. Florey, na Inglaterra.
Muitos cientistas não acreditavam no potencial do bolor e não se mostravam dispostos a experimentar nos seus pacientes. Por outro lado, o bolor era fraco, impuro e facilmente destrutível pelas mudanças climáticas. Eram necessárias grandes quantidades para obter uma concentração de penicilina suficiente para um único paciente, e Fleming (como todo pesquisador) não tinha verbas suficientes.
Com a Segunda Guerra Mundial houve a necessidade de anti-sépticos para combater as infecções das tropas feridas. Dr Howard e Walter Florey, professor de patologia em Oxford, tinha ouvido falar sobre o bolor de Fleming e levou a pesquisa adiante, cultivando novamente o bolor. Durante meses, a equipe manteve enormes tonéis de um caldo embolorado e malcheiroso, tentando extrair o ingrediente principal. O Dr. Ernst Boris Chain extraiu da solução um pó marrom, que destruiu instantaneamente algumas bactérias, mas esse extrato continha apenas cerca de 5% de penicilina. Testaram à substância em 80 diferentes micróbios e descobriram que os fluidos sanguíneos não eram hostis à substância e que os glóbulos brancos não eram danificados.
Um sal de penicilina misturado aos sais de sódio e cálcio foi preparado e utilizado na cura de ratos que receberam injeções de doses fatais de Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes e outras bactérias.
As descobertas formaram a base para o tratamento com penicilina. Em 1940, ela foi utilizada na Inglaterra, no primeiro paciente humano, um policial com um quadro avançado de infecção sanguínea. Por um tempo a infecção estava sendo vencida, mas devido à quantidade insuficiente da penicilina, esta se alastrou e levou o policial à morte.

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